Introdução
Os Estados Unidos ostentam a quarta posição no Índice Mundial de Inovação em Saúde, com uma pontuação geral de 54,96, ficando atrás apenas da Suíça, Alemanha e Holanda. Destaca-se o fato de que os americanos são frequentemente os primeiros a ter acesso a importantes avanços médicos, muitos dos quais são descobertos em universidades americanas e desenvolvidos por empresas do país. No entanto, essa liderança é manchada por um sistema fiscalmente insustentável de cuidados governamentais.
Contexto Histórico
O sistema de saúde dos EUA teve sua origem por acaso durante a Segunda Guerra Mundial, quando o presidente Roosevelt impôs controles salariais rigorosos aos empregadores americanos. Embora esses controles não se aplicassem a benefícios como o seguro saúde, as empresas começaram a oferecer cobertura generosa para atrair trabalhadores. Nos anos 1950, o Serviço de Receita Interna incorporou esse acaso ao código tributário, isentando o seguro saúde patrocinado pelo empregador de impostos federais, estaduais e locais. Esse movimento desencadeou uma rápida adoção do seguro saúde e uma inflação acelerada nos preços dos serviços de saúde.
Em 1965, o Congresso emendou a Lei de Seguridade Social para criar o Medicare, um programa de saúde de pagamento único para idosos, e o Medicaid, um programa de saúde de pagamento único para os pobres. Esses programas mantiveram a estrutura baseada no empregador, com seu pacote de benefícios baseado nos planos da Blue Cross da época. Embora tenha trazido avanços, a falta de controle de custos tornou o sistema insustentável, agravado pelos trilhões de dólares gastos em resposta à COVID-19 em 2020.
Qualidade do Sistema de Saúde
Os Estados Unidos ocupam a 14ª posição no Índice de Qualidade. Destaca-se o bom desempenho em serviços centrados no paciente, incluindo tempos de espera relativamente baixos e participação ativa nas decisões médicas. No entanto, a escassez de médicos de atenção primária per capita prejudica a classificação, com apenas 0,31 médicos por 1.000 habitantes. Apesar do acesso a todos os novos tratamentos contra o câncer, a taxa de sobrevivência de cinco anos coloca os EUA em 7º lugar.
Escolha e Acessibilidade
A liderança dos EUA em escolha é evidente pelo acesso líder mundial a novas tecnologias médicas. No entanto, essa escolha contrasta com a última posição em termos de acessibilidade do seguro saúde, devido aos preços extremamente altos dos cuidados de saúde. A verdadeira significância da escolha está na sua aplicabilidade, que só é alcançada quando os cuidados são acessíveis.
Ciência e Tecnologia na Saúde
Os Estados Unidos também lideram em Ciência e Tecnologia. A vantagem significativa sobre a Dinamarca impulsiona a classificação geral. Destaca-se a liderança em aprovações regulatórias para novos medicamentos e dispositivos médicos, além do alto número de prêmios Nobel em química ou medicina per capita. Investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento fortalecem o setor de saúde inovador, resultando em tratamentos desenvolvidos por empresas farmacêuticas e de biotecnologia em áreas como Boston e a área da Baía de São Francisco.
Sustentabilidade Fiscal
A posição dos EUA como segunda pior em sustentabilidade fiscal, à frente apenas do Japão, reflete o alto nível de gastos governamentais com saúde (US$ 8.949 per capita). Em comparação, o segundo país com maior gasto público é a Noruega, com US$ 5.288 per capita. O crescimento acelerado dos gastos públicos, especialmente de 2009 a 2019, torna essa situação ainda mais preocupante.
Em conclusão, enquanto os Estados Unidos lideram em inovação, escolha e tecnologia na área da saúde, os desafios de sustentabilidade fiscal e acessibilidade destacam a necessidade de reformas no sistema de saúde para preservar e aprimorar essa posição de destaque global.